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sexta-feira, dezembro 06, 2002

Pérolas do radialismo...

Circula pela internet um email – que não possui as fontes – chamado “Pérolas do Jornalismo”, contendo frases mal elaboradas publicadas na imprensa. Algumas são até engraçadas, tirando é claro, a gravidade do problema, que nos últimos anos, inclusive, vem sendo discutido com mais freqüência no meio jornalístico. Porém, hoje pela manhã eu estava escrevendo na cozinha da minha avó, quando aconteceu um fato curioso, cujos detalhes como hora e todas as palavras exatas não lembro bem, porém a essência era esta:

- Rádio “X” FM, só dá sucesso. Vamos ver que está ao telefone! Alow?
- Alow?
- Com quem eu falo?
- Maria Amélia
- Mora onde Maria Amélia?
- Em Casa Amarela.
- Você conhece a brincadeira da nossa rádio?
- Conheço.
- Então, eu vou dizer uma letra do alfabeto e perguntar a respeito de coisas que comecem com esta letra. Se você acertar todas ganha o prêmio, ok?
- Ok.
- A letra é “A”, ok?
- Ok
- Muito bem, vamos lá. Eu quero um nome de animal com a Letra “A”. Cinco segundos...
- (...) ÁGUIA
- Águia? Águia não é animal Maria Amélia. Águia é ave.
- Mas não tem problema, passemos adiante. Um nome de bairro com a letra “A”.
- Água Fria
- Uma atriz
- Adriane Galisteu
- Última tentativa, Maria Amélia. Um animal com a letra “A”.
- (...)
- Cinco, quatro, três, dois, um...um animal com a letra “A”.
- (...)
- Aaaaaaaaah! Que pena. Não ganhou!

Estava branca. Pasma. Besta. Horrorizada. Em pé em frente ao rádio. O locutor disse: “Águia não é animal, é ave”. Tive uma crise de riso nervoso com pena da mulher que acabara de perder um prêmio porque segundo o locutor Águia não era animal e sim ave. Não conseguir parar de rir durante meia hora. Liguei para minha irmã, caindo pelas paredes, num misto de riso e desespero, pensando na pobre mulher sem prêmio.

P.S – Maria Amélia é nome fictício! Com o susto da tal revelação, eu esqueci até o nome da dita cuja que ganhou, mas não levou.

terça-feira, dezembro 03, 2002

Viver e não ter a vergonha de ser feliz...

Sair...vou pensar...

Dando continuidade a conversa sobre férias. Esse final de semana resolvi sair. Eu nunca saio. Meus amigos desistiram de me convidar, porque naturalmente a resposta é não. Não é nem que eu não goste de sair. O problema, ou melhor, os problemas são que:

* Nem sempre eu tenho dinheiro – já que entre sair e comprar um livro eu sempre escolho a segunda opção.
* Depois porque eu não morro de amores pelas opções de lazer de Recife. Prefiro chamar o pessoal para tocar violão aqui em casa.
* A terceira opção que faz com que eu não saia e mesmo assim o pessoal não se disponha a vir tocar violão para mim, é que eu moro muito longe. Então, nunca tenho carona. Quando eu saio já tenho que ir preparada para ter que esperar o primeiro ônibus no dia seguinte e quase nunca eu tenho esta vontade.

Mas mudando dos motivos para a festa em si

Como a festa era produzida por uma amiga minha, então eu resolvi fazer uma exceção porque amigo é amigo. Então lá fui eu para a festa. Dancei muito, até 04:00 da manhã. O som estava legal e a gente podia comprar água do lado de fora. Mas o que me deixou de queixo caído foi a banda que tocou. Profiterólis.

Há muito tempo que vinham insistindo para eu ir a um show desta banda. Tanto os meus amigos quanto o pessoal da Radio de Outono vinham me falando: “Ana, vai ver o show da Profiterólis” e eu nunca ia. Achava que ia encontrar no palco algo comum, como boa parte das bandas atuais, que se parecem muito! Mas me enganei completamente. A Profiterólis é algo surrealmente bom! Há muito tempo não via e nem ouvia algo tão plural em Recife. É uma banda completa. E não faz aquele som “lugar comum”. É bom de ouvir. Na verdade, é bom de apreciar. É aquele tipo de música que você “degusta”, se podemos dizer assim. Sabe comida muito boa, que você come devagar para sentir o sabor e demorar mais com a sensação de prazer que ela proporciona? Assim é o som da Profiterólis. Quem puder ouvir, faça!

Mas mudando de música para literatura

Hoje ganhei meu primeiro presente de Aniversário/ Natal. Um amigo de São Paulo, Marcelo Toledo, me mandou um livro do meu autor de coração: Jorge Luis Borges. O nome do livro é Informe de Brodie. Assim que eu devorar o livro contarei o que achei. Mas sendo do Borges deve ser bom...
Pedi a meu pai dois livros da Lispector: Correspondências e A Paixão Segundo GH – tinha uma amiga minha lendo este livro. Ela me disse: “Tenho medo deste livro”. Perguntei o motivo e ela me disse: “Lê o prefácio!”. Olha, é arrepiante! Mas não tive medo, tive vontade de ler o livro para saber o motivo daquele prefácio tão hesitante, tão “Pare aqui mesmo se você não estiver preparado!”. Quando vou saber se estou? Acho que só quando eu terminar o livro...e ver as conseqüências. Uuuuuuuuuuu.....

Mudando de literatura para impressões

Eu completo 25 aninhos semana que vem. Pareço uma adolescente. Mas eu já me consolei, não tem jeito. Um dia desses um amigo virtual me disse “Aninha, eu imagino você tão menininha”. Antes eu até me sentia mal com isso. Hoje em dia eu sinceramente não faço mais questão de tentar ir contra minha própria natureza. Quando eu tinha 18 anos, uma colega da faculdade de engenharia me disse que tinha que aprender a “ser mulher”. Bem, que eu saiba eu nasci mulher e sou até hoje. Agora se ela queria dizer que eu precisava aprender a ser uma “mulher fatal”, aí é outro papo; por sinal, se é algo que eu não me imagino é fazendo “caras e bocas”. Se eu tiver que arrebatar alguém...não será bancando a mulher fatal. Se forem esperar que eu me meta em um tubinho preto, decotado, num salto agulha, dê escova no cabelo, bote batom vermelho e faça cara de “Miss Monroe”...ixi...pode encomendar uma barraquinha “mil e uma utilidades” e esperar sentado. Porque não dá mesmo...

Mudando de impressões para comentários gerais

Nunca faço isso, mas hoje merece:

* Estou feliz porque minha amiga e ex - tutora newsclubiana Ju Vilar voltou para o curso de Jornalismo. Isso me deixa muito satisfeita, porque eu e ela estávamos disputando quem demorava mais para escolher um rumo profissional. Acabamos no mesmo caminho...e é claro, seremos colegas de profissão. Quem sabe...montaremos um projeto no futuro com Isabellinha, Bárbara, Joana, Renata, Carol...

* Segundo motivo de felicidade é que Victor, depois de meses perdido pelas ruas do Planalto Central, resolveu mandar notícias. E iniciou sua volta com um poema singular do Drummond. Bem vindo, amigo!



M E M Ó R I A
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão
.



* Terceiro é que pude ver parte dos meus bons amigos nestes primeiros dias de férias. Como é bom ver as pessoas que a gente ama...

* Ando com saudades de alguns amigos: Kel, Paulo, Toschi, Michel, Hortolan...

* Mais tarde - já que já é 03 de Dezembro - tem oficina de literatura...nem consigo me conter de felicidade...